O índice periódico de desenvolvimento de um país resulta da ponderação do desempenho de cada um dos diferentes setores econômicos, refletido pelos subsetores que os compõem, nos diversos níveis. Significa que um resultado negativo da indústria pode ser compensado por outro excepcional na agricultura e mostrar um desempenho global positivo. Embora o desempenho da economia brasileira esteja, em geral, satisfatório, em 2011 foi o setor agropecuário, em particular, que mais contribuiu para o resultado, tendo em vista que o resultado da indústria deixou muito a desejar. Aliado à mineração e ao petróleo, o agronegócio inspira a maior confiança do país num desempenho sustentável de longo prazo. Esta confiança, quase certeza, está baseada em três fatores presentes no cenário agropecuário brasileiro:

• Disponibilidade de área agricultável
  Atualmente apenas 20% estão sendo utilizados.

• Incentivo público
  Programas municipais, estaduais e federais.
  Pacote de medidas do governo federal, destacando-se o P A P – Plano Agrícola e Pecuário, destinando R$107,2 bilhões para a safra 2011/2012 para financiar operações de custeio, investimento, comercialização, subvenção ao prêmio de seguro rural e apoio à utilização de práticas agronômicas sustentáveis.

• Emprego de alta tecnologia
  Pesquisas desenvolvidas pela EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária têm obtido resultado altamente positivo, tanto na melhoria das sementes e mudas como no tratamento das diferentes áreas, considerando a qualidade do solo e o clima predominantes em nosso território.

Uma desvantagem comparativa do Brasil em relação às outras nações é o atraso na infraestrutura necessária não só para viabilizar a expansão agrícola como para estabelecer preços competitivos já neste estágio. A atenção deve ser pulverizada em reaparelhamento de portos, rodovias, ferrovias e hidrovias, sem desprezar a manutenção de estradas vicinais que representam o transporte capilar da produção agropecuária.

Considerando a capacidade de produzir e consumir alimentos, as nações foram grupadas, conforme o gráfico ao lado, no limite superior dos segmentos: (a) população, (b) área agricultável e (c) produto interno bruto – PIB.

Verifica-se que apenas cinco delas se enquadram nas três situações, concomitantemente, e, entre elas, o Brasil apresenta as melhores perspectivas, tendo em vista que a China já explora 100%, a Índia 95% da totalidade de sua área, os Estados Unidos 65% e a Rússia 56%. Além de ter a maior área agricultável (394 milhões de hectares), o Brasil dispõe do maior percentual (80%) para expansão da fronteira agrícola, enquanto os Estados Unidos dispõem de 35% em um total de 269 milhões de hectares e a Rússia 44% de 219 milhões de hectares. Grosso modo, o Brasil pode ampliar a área plantada em 300 milhões e os Estados Unidos e a Rússia em 95 milhões de hectares.

O agronegócio brasileiro cresceu 6,12% em 2011 e, apesar das incertezas para 2012, a Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) prevê para este ano um crescimento de 7,98% em relação a 2011.

Segundo o economista José Roberto Mendonça de Barros, no artigo “O Brasil e a agricultura mundial”, publicado dia 05/02/12 no jornal O Estado de São Paulo, dentro deste cenário, o Brasil é o país melhor posicionado, pela pujança da sua agricultura que hoje apresenta apenas a utilização de 20% da área agricultável. A China e a Índia já apresentam problemas de oferta de água, insumo indispensável para a agricultura. A China importa milho e em pouco tempo se tornará importador de aves e suínos.

Só como exemplo, enquanto entre 2000 e 2010 os Estados Unidos reduziram 4,4% e a União Europeia 8,7% do rebanho bovino, o Brasil aumentou 23,3%, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE e do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos – USDA (na sigla em inglês).

O país se apresenta como o celeiro do mundo e deverá aproveitar o crescimento da população mundial, estimada em 9 bilhões de habitantes em 2050, para alavancar, cada vez mais, sua economia e proporcionar melhores condições de vida para sua população.

Corrobora o estágio favorável da nossa economia a crescente quantidade de estudos de avaliação de empreendimentos agropecuários solicitados por grupos nacionais e estrangeiros dos quais nossa empresa tem participado consideravelmente.