Blog

Estudo recente revela custos, meios e formas de acabar com a fraude.

img_artigo64

Publicado no site da BKR International

Você deixaria a porta da frente destrancada para sua empresa ou organização? Claro que não. Isso daria aos ladrões acesso fácil aos seus ativos. No entanto, um número surpreendente de organizações não possui controles antifraude sólidos para proteger contra pessoas desonestas dentro de suas organizações. E roubo de informação privilegiada – também conhecido como “fraude ocupacional” – pode ser caro.

As perdas por fraude variam significativamente, dependendo da natureza do golpe e da sua detecção. Globalmente, a perda média é de US$ 130.000, de acordo com as conclusões do Relatório de 2018 para as Nações sobre Fraude Ocupacional e Abuso feito pela Association of Certified Fraud Examiners (ACFE). Aqui está um olhar mais atento sobre quem foi afetado e quanto foi perdido, conforme relatado na última versão deste estudo bienal.

As Organizações Vítimas
A fraude pode atingir qualquer empresa ou organização, independentemente da natureza de suas operações ou de seu tamanho. O último estudo da ACFE incluiu 2.690 casos de fraude ocorridos entre janeiro de 2016 e julho de 2017.

Enquanto a mídia se concentra em incidentes de fraude de alto perfil envolvendo empresas públicas, a perda média para essas empresas foi de apenas US$ 117.000. As empresas privadas sofreram perdas muito maiores – sua perda média foi de US$ 164.000. Em comparação, as perdas médias para entidades governamentais e sem fins lucrativos foram de aproximadamente US$ 118.000 e US$ 75.000, respectivamente.

Além disso, existem distinções sutis entre os tipos de esquemas de fraude que afetam pequenas e grandes organizações.

5 principais esquemas de fraude por tamanho

Porcentagem de Casos
artigo_tab1

Pegar um ladrão
Organizações pequenas e grandes também diferem na forma como capturam os fraudadores. Denúncias foram o método de detecção em 29% dos casos envolvendo pequenas entidades, contra 44% dos casos envolvendo grandes. Isso pode resultar no predomínio de canais de denúncias, que são mais comuns entre as empresas maiores do que as pequenas, com recursos limitados.

No geral, as denúncias são a forma mais comum como a fraude é detectada inicialmente. Mas é importante lembrar que as partes interessadas externas também podem fornecer dicas sobre comportamento antiético. No estudo de 2018, 21% das denuncias vieram de clientes e 9% vieram de fornecedores. Portanto, é importante educar seus parceiros da cadeia de suprimentos sobre quaisquer mecanismos de informação que você configurar.

Controles internos
Além das denúncias, um sistema robusto de controles internos pode ajudar a detectar e evitar fraudes. O último estudo descobriu que 15% das fraudes foram detectadas pelos procedimentos de auditoria interna e 13% pela revisão da administração.

Quais são os elementos críticos de um sistema de controle interno? Em termos de redução de perdas por fraude, os controles internos mais eficazes no estudo de 2018 foram:

artigo_tab2

Por outro lado, controles internos fracos muitas vezes fornecem às pessoas desonestas a oportunidade de roubar ativos ou “falsificar os registros contábeis”. No estudo de 2018, a falta de controles internos e a capacidade de anular os controles internos foram citados como os principais fatores que contribuíram para a fraude. Juntos, esses fatores estavam presentes em quase metade dos casos de fraude no último estudo.

Além disso, o estudo de 2018 da ACFE indagou sobre os tipos de controles antifraude que as vítimas de fraudes haviam implementado. O relatório revelou que 25% das fraudes em organizações maiores foram causadas pela falta de controles internos. Em contraste, 42% das fraudes em pequenas organizações resultaram de controles fracos. Essa descoberta ajuda a explicar por que a fraude parece atingir organizações menores com mais força do que as maiores.

Lições aprendidas
Nas últimas duas décadas, o relatório de fraude da ACFE ensinou lições importantes, incluindo: Nenhuma organização está imune ao crime de colarinho branco. Impulsionada por este relatório e por casos recentes de fraudes públicas de alto perfil, as empresas implementaram cada vez mais controles antifraude nos últimos anos.

Como seus controles internos se comportam? Embora controles internos fortes não garantam que a fraude não ocorra em sua organização, eles podem minimizar suas perdas. Seu auditor ou contador pode ajudar a avaliar seus controles internos e recomendar áreas de melhoria. Ele também pode investigar comportamentos suspeitos e anomalias em busca de sinais de crime de colarinho branco.

Como combater a fraude de frente
Empregados honestos são a primeira linha de defesa de uma organização contra o crime de colarinho branco. Aqui estão algumas maneiras de incentivar os funcionários a participarem da briga:

Invista em treinamento. Instrua os funcionários sobre as bandeiras vermelhas associadas à fraude dentro e fora da organização. Isso ajuda a detectar e evitar fraudes. Envia também uma mensagem poderosa sobre sua intenção de combater a fraude, não importa onde ela se origine. Os funcionários devem perceber uma alta probabilidade de que atividades fraudulentas sejam detectadas. A percepção da detecção é geralmente suficiente para dissuadir os que estão inclinados ao comportamento antiético.

Envolver a gestão na luta. Os gerentes devem ser vistos e ouvidos revisando os controles e corrigindo com urgência os pontos fracos que podem ser detectados. Se os gerentes de sua organização parecerem pouco dispostos ou incapazes de revisar os controles, eles podem inadvertidamente enviar uma mensagem de que é seguro cometer fraudes.

Configurar um Canal de Denúncia. Os canais de denúncias e fraudes anônimas são um método eficaz de obter dicas sobre comportamentos antiéticos. Infelizmente, muitas organizações pequenas fogem dessa opção, porque a consideram muito cara e difícil de administrar. Vários provedores oferecem canais de denuncia projetados para pequenas organizações. O custo por empregado é mínimo em relação à fraude que pode ajudar a descobrir e às perdas evitadas.

O Relatório de 2018 para as Nações concluiu que os empregadores eram muito mais propensos a serem avisados se ofereciam linhas diretas de denúncia. O estudo descobriu que as dicas levaram à detecção de fraudes em 46% dos casos envolvendo organizações com denúncias, mas apenas 30% dos casos envolvendo organizações sem linhas diretas.

Outra descoberta interessante: mais da metade das denúncias foram enviadas por e-mail ou por um formulário on-line. Isso sugere que as empresas com canais de denuncia devem considerar a inclusão de mais canais baseados em tecnologia para relatar fraudes.

Artigo traduzido por Jose Vidal, sócio líder de Consultoria da Lopes, Machado Consultores e Sócio e Diretor Executivo da Lexbridge M&A


A Lopes, Machado Auditores não se responsabiliza, nem de forma individual, nem de forma solidária, pelas opiniões, idéias e conceitos emitidos nos textos, por serem de inteira responsabilidade de seu(s) autor(es).