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Gestão dos desafios

GESTÃO DOS DESAFIOS

Ninguém disse que 2015 seria um ano fácil. Pelo contrário, no início de 2014, muitos analistas da área econômica já sinalizavam tempos difíceis a partir do segundo semestre, quando o país precisaria encerrar a Copa do Mundo, retomar as atividades e em seguida aguardar o desfecho do processo eleitoral. Também é verdade que as empresas brasileiras que apostaram na inovação, trabalham pela diversificação de seus produtos e apostam na criatividade para aumentar o seu leque de receitas – sem perder o foco do seu negócio principal – estão entendendo mais cedo que a palavra crise pode, sim, ser sinônimo de oportunidade.

“Mas não podemos acreditar em soluções mágicas para os problemas que o empresariado brasileiro enfrenta e por isso muitos vêm agindo preventivamente”, adverte o professor Paulo Sérgio Machado, especialista em Planejamento e Auditoria Tributária e diretor da Faculdade IBS, conveniada da Fundação Getulio Vargas.

O fato é que as pequenas e médias empresas, que representam 40% do PIB nacional e 53% dos empregos, lutam bravamente para sobreviver, enquanto o trabalhador vive na instabilidade e teme o desemprego, pois sabe que o mercado não promete oportunidades de recolocação em curto prazo. Prova disso já vem com os últimos dados divulgados pelo IBGE na semana passada, sobre a queda do emprego industrial, relativa ao período de novembro de 2013 a novembro de 2014. A queda, de 4,7%, foi o 38º resultado negativo consecutivo no país e o 17º em Minas, que apresentou uma redução de 4,5% e disputa a liderança do mau desempenho com São Paulo, onde o índice de queda é de 6,1%.

“Após três anos consecutivos de crescimento pífio, o ano que se iniciou não projeta melhorias do nosso PIB, mas sim um mais que modesto 0,3%”, analisa Paulo Machado. Ele argumenta que até mesmo os leigos sabem que o caminho mais viável para a retomada do crescimento do país, e consequentemente do emprego, é o investimento na produtividade e, para tanto, o governo tem que focar na redução da carga tributária. “É preciso mudar o discurso de mais tributos, pois isso só desestimula o empresário. Com maior produtividade, haverá maior crescimento do PIB, que resultará em maior receita tributária para o fisco e mais emprego para a população”, pondera o especialista.

 


Entrevista publicada no Jornal Gazeta Norte Mineira em 22/01/2015.

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