Desde a sanção da Lei 11.638/2007, o Brasil adotou as Normas Internacionais de Contabilidade. De lá para cá, mudanças estruturais vêm ocorrendo alterando a forma de pensar, agir e tomar decisões nas empresas. Todo o mercado passa por um período de adaptação, que parece que continuará por mais um bom tempo.

Porém, o que muitos empresários e contadores parecem desconhecer é que as pequenas e médias empresas também deverão adotar os padrões internacionais de contabilidade. Para isso, o Comitê de Pronunciamento Contábil (CPC) emitiu o Pronunciamento Técnico PME – Contabilidade para Pequenas e Médias empresas em 04/12/2009. Mas a realidade que se vê no mercado é distante do que deveria ser realizado. Algumas pequenas empresas desconhecem até mesmo a existência deste pronunciamento e continuam a registrar os fatos contábeis segundo as normas que não estão mais em vigor.

Tal fato, põe em xeque a qualidade da informação contábil, bem como sua confiabilidade. Outro ponto a ser levantado é a utilidade de Demonstrações Financeiras defasadas para a tomada de decisão dos gestores que muitas das vezes são os proprietários e vivem unicamente daquele negócio. Estas empresas não possuem assessoramento contábil, não alinham sua estratégia às suas informações econômico-financeiras e correm o risco de serem superadas pelos concorrentes que possuírem melhor gestão e domínio no negócio. Embora estejamos na “Era da Informação”, esse importante pronunciamento contábil – PME, que fará cinco anos, ainda é desconhecido para muitos profissionais contábeis e administradores de pequenas e médias empresas!

As perdas resultantes desta desatualização não podem ser mensuradas. Pois envolve o financiamento de crédito, a fiscalização por parte dos órgãos reguladores, a confiança do mercado nas empresas de pequeno e médio porte e a gestão da empresa como um todo.

Mas ainda há tempo para as empresas adotarem os novos procedimentos contábeis, diminuindo riscos, melhorando a gestão da empresa, atualizando os processos e capacitando a mão de obra. Com a abertura do mercado e a globalização nas relações comerciais é imperativo acompanhar as mudanças na legislação e nas normas contábeis vigentes para não ser surpreendido com fiscalizações e também para fazer frente à concorrência num mercado que cada vez mais global e competitivo.

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