Estamos em crise.

Todos os dias tenho visto pessoas sendo demitidas, empresas encerrando suas atividades e trabalhadores perdidos sem saber o que fazer. Há uma preocupação crescente em saber quem será o próximo a ser demitido ao final do dia e se sobreviveremos a este momento de caos financeiro e econômico.

Fico pensando nestes pais e mães de família, filhos que ajudam a sustentar a casa e alguns que conquistaram a independência financeira que ao final do dia não tem mais emprego, não sabem como pagarão as contas, como arrumarão outro emprego. É uma crise que afeta o comércio, tira o sono dos trabalhadores e a esperança de quem busca o primeiro emprego.

Para onde olho vejo medo, preocupação e insegurança. Não sei se palavras de otimismo e encorajamento seriam bem colocadas neste momento. Dizer que tudo vai passar e que nada dura para sempre não deixa de ser verdade, mas não tranquiliza ninguém. O que a maioria se pergunta é quando esta crise passará e como sobreviver a ela. As preocupações são mais imediatas, como a conta de luz que chegou e não foi paga, o aluguel e as compras do supermercado.

Por outro lado, vejo pessoas que acreditam na própria capacidade e faro para aproveitar oportunidades em maus momentos. São pessoas que leem, pesquisam e tem insight de negócios que podem se tornar lucrativos. Alguns dos mais ousados dizem que não participarão da crise que estamos vivendo. Eles dizem que continuarão suas vidas, seus negócios e que administrar com poucos recursos, ou com menos do que seria considerado o mínimo necessário, faz com que eles vivam experiências únicas, que jamais viveriam em tempos de bonança.

São empresas pequenas, mas possuem grandes empreendedores na gestão e lutam por um futuro melhor, incentivam sua equipe e aproveitam para inovar no meio da crise. Algumas pessoas, que nasceram durante a década de 80 e viveram o pleno emprego, estão passando pelos primeiros tempos turbulentos na carreira.

Enfim, são tantas pessoas de todas as idades, profissões e fases diferentes na vida reagindo de forma diferente que me faz crer que o resultado disto tudo será bom. Talvez não com um final feliz igual ao que acontece nas novelas, mas um final em que houve amadurecimento pessoal, profissional, o surgimento de ideias inovadoras e um grande aprendizado.

Afinal de contas, o que desejamos? Por que estamos aqui? O que estamos fazendo em meio à crise? As respostas a estas perguntas nos conduzem a direcionamentos necessários para que o barco não fique à deriva em meio à turbulência. Vejo muitas possíveis soluções sendo apontadas e poucos questionamentos sobre o que se passa pela cabeça das pessoas que estão perdendo seus empregos, como está o estado emocional de quem vai, de quem fica e de quem não tem certeza do próprio destino.

Acredito que a solução esteja nas pessoas. Não são máquinas, nem mesmo a tecnologia que fazem o mercado funcionar, o que nos transforma e nos impulsiona são as pessoas, são elas, por elas e para elas que a vida segue seu curso, fazendo ajustes, redirecionando caminhos, mas sempre seguindo em frente. Estamos em crise sim, mas também estamos em crescimento pessoal e profissional.

 

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