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Pagamentos de tributos e o fluxo de caixa

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Muitos sabem que a carga tributária do Brasil é semelhante à de países considerados de Primeiro Mundo. Com uma carga tributária tão alta, alguns gestores dizem que o Governo é o sócio oculto da empresa. Não acredito que este sócio seja tão oculto assim. Nós conhecemos a carga tributária, sabemos, ou deveríamos saber, o percentual que incide sobre as receitas. No entanto, muitas empresas não conseguem manter os recolhimentos de tributos em dia.

A situação é mais grave quando se trata de retenção de terceiros. Se um serviço é contratado por 10.000 reais e é pago apenas o valor líquido para o prestador de serviços e não é recolhida as retenções de tributos, o caixa da empresa não está sendo financiado com estes valores? Se não houvesse retenção, não teria que ser pago o valor integral? Então porque muitos pagam o valor líquido para os fornecedores e não fazem o recolhimento dos tributos?

Outra questão a ser considerada são os inúmeros parcelamentos ordinários e especiais que as empresas aderem. Elas consideram estes valores no fluxo de caixa? Ao considerar os valores dos parcelamentos, consideram também os valores dos tributos correntes? Caso contrário, regularizará o passado e comprometerá o presente, fazendo com que nunca esteja em dia com as obrigações tributárias, comprometendo inclusive a liquidez e a continuidade da empresa.

É preciso ser honesto e ter a coragem de colocar no papel os custos efetivos da empresa e verificar se há rentabilidade. Não há? Então, o que fazer? É possível criar estratégias? Caso a resposta seja negativa, então é hora de considerar a descontinuidade da empresa. Ser gestor não é uma tarefa fácil e ter um empreendimento no Brasil é um desafio e tanto. Mas há dificuldades que não valem a pena. Não podem custar a vida, a saúde e até a sanidade.

Portanto, os tributos pagos, parcelados e retidos devem ser considerados no fluxo de caixa da empresa. As entradas de dinheiro devem ser suficientes para cobrir as saídas. Qual é a necessidade de capital de giro da empresa? Há um controle do que será pago e recebido no mês? Já negociou prazos com clientes e fornecedores quando não percebeu que o fluxo de caixa estava sufocado?

Estas e outras perguntas devem ser feitas no dia a dia para que o sucesso não seja apenas uma palavra usada pelos outros e definida no vocabulário. É possível ter sucesso, mas será mais difícil se não houver um mínimo de organização, disciplina, planejamento e conhecimento do que está sendo realizado e onde se pretende chegar.


– Aonde fica a saída?, Perguntou Alice ao gato que ria.
– Depende, respondeu o gato.
– De que?, replicou Alice;
– Depende de para onde você quer ir…
Lewis Carroll