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Recurso despendido na área de produção é custo. Verdadeiro ou falso?

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De acordo com os conceitos e definições, a opção correta é “VERDADEIRO”.

Entretanto, deve ser feita uma análise de cada situação para não se deixar levar pela simplificação do tipo “tudo o que ocorre na área de produção de bens e serviços é classificado como custo” e deve ser levado para a conta patrimonial ‘estoque’, e aquilo que ocorre fora dessa área é despesa, devendo ser 100% registrado no resultado do período. Existem gastos ocorridos na área de produção que não são classificados como custos, e outros ocorridos fora dessa área que são custos.

Custo é o gasto aplicado na elaboração de bens e serviços destinados à venda, tenha ele ocorrido – ou não – na área física que a empresa destina à produção.

Exemplos de gastos ocorridos fora da área de produção e classificados como custos:

a. Remuneração a outra empresa que executa uma etapa da elaboração de bens que se destinam à venda;
b. Transporte de matéria-prima e de componentes, efetuado fora da área de produção, tem o gasto correspondente classificado como custo;
c. Remuneração de técnico que inspeciona, fora da empresa, a qualidade do material adquirido para aplicar na elaboração do bem destinado à venda;
d. Gasto com o deslocamento de técnico na execução da tarefa do item “c”;
e. Gasto com transporte (próprio ou terceirizado) de pessoal alocado às atividades de elaboração de bens.

Exemplos de gastos ocorridos dentro da área de produção e não classificados como custos:

a. Parcela do recurso aplicado correspondente à ociosidade nos períodos em que ela ultrapasse os limites da normalidade. Pois, o custo referente a essa anormalidade deve ser levado diretamente para despesa não operacional, a título de item extraordinário, segundo Ofício-Circular da Comissão de Valores Mobiliários – CVM, em consonância com o estabelecido na Norma Internacional de Contabilidade IAS 2 e no Boletim de Pesquisa Contábil ARB 43 (*);
b. Recursos despendidos na elaboração de um bem de vida útil de longa duração, não destinado à venda, mas para ser utilizado pela própria empresa na elaboração de outros bens, devem ser classificados como imobilizado;
c. Recursos aplicados na produção de bens destinados à venda e, portanto, classificáveis como custo, que foram perdidos em um acidente operacional, devem ser classificados como perda.

A essência deve sempre prevalecer sobre a forma. Portanto, conclui-se que podem existir recursos aplicados fora da área de produção classificados como custos, e, por outro lado, podem existir aqueles que, embora ocorridos dentro da área de produção, não são classificados como custos.

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(*) DUTRA, René G. Custos – uma abordagem prática. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2017. p. 39.