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A tecnologia não é autônoma e não é absoluta.

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Tenho ouvido a respeito dos nativos tecnológicos e imigrantes digitais. Os nativos tecnológicos são as pessoas que nasceram e cresceram com a tecnologia. Já os imigrantes digitais são pessoas que não nasceram com a tecnologia e estão se adaptando. Alguns imigrantes são bastante resistentes e outros aderem alegremente às “facilidades” que estas ferramentas oferecem.

Independentemente se você é um nativo ou imigrante, resistente ou adepto, o fato é que hoje “a maior riqueza do mundo não é o petróleo, mas os dados”¹. Os dados, por sua vez, dependem de tecnologia. A quantidade de dados disponíveis hoje é incalculável, porém, estes dados necessitam se transformar em informação e ter um propósito.

O primeiro ponto a ser apresentado aqui é o perfil que possuímos e apresentamos perante a sociedade. De acordo com uma palestra sobre fortalecimento sobre a marca profissional¹, as habilidades profissionais mais requisitadas são: criatividade, persuasão, colaboração, adaptabilidade e gestão do tempo. Imagine-se com estas habilidades, sem a utilização de ferramentas tecnológicas, seria possível? Resistir à tecnologia não fará o mundo voltar a ser o que era. É preciso compreender para onde caminhamos, sem ignorar o passado, mas seguros do futuro que queremos. O que está sendo cobrado de nós, não é programação, compreensão de algoritmos e utilização de matemática pesada para criar as ferramentas do futuro. O que esperam de nós, como profissionais, é a utilização destas ferramentas para a otimização dos recursos. Como você tem se apresentado em relação ao uso de ferramentas tecnológicas?

O segundo ponto é sobre a frase que ouvi numa palestra “a tecnologia não é autônoma e não é absoluta”. Se os sites de buscas invadem nossa privacidade, coletam dados e oferecem para grandes empresas, não é com o logaritmo que temos que conversar sobre privacidade dos dados. Existem pessoas e empresas por trás de todo o desenvolvimento tecnológico. O trabalho e as responsabilidades destas pessoas devem ser reconhecidos. Responsabilidade em relação à utilização destes dados. Precisamos discutir a ética na coleta de dados e o que está sendo feito com todos estes dados disponíveis. Quem está tomando decisões com base nestes dados? Pessoas ou máquinas? Os logaritmos podem tomar decisões enviesadas e indesejáveis, pois olham para dados do passado. Por outro lado, nós, humanos, podemos analisar um maior volume de dados, identificar tendências e corrigir erros. O que queremos resolver com a tecnologia? Como faremos isso? Estas são perguntas que temos que nos fazer periodicamente.

Então as pessoas se tornarão descartáveis? Não, a inteligência artificial não está presente em todos os lugares. Onde a inteligência artificial não está presente somos mais valorizados. São nestes campos que somos necessários, campos em que são exigidas habilidades analíticas, criatividade, trabalho em equipe…enfim, características humanas. A inteligência artificial aprende numa velocidade muito maior do que o ser humano, mas não substitui o homem em todos os lugares².

Fonte:

¹ Palestra: Dicas para fortalecer sua marca profissional no LinkedIn: https://www.youtube.com/watch?v=TnXTqlu5sRg

²Palestra: Tecnologia e Diversidade (USP): https://www.youtube.com/watch?v=FetuXiBlRKw


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